Como as escolas de engenharia têm preparado os alunos para o ingresso no mercado de trabalho na área de produção?
JF – No geral, tem faltado maior conhecimento prático e visão sistêmica dos problemas de produção. Em grande parte, isso se deve à formação dos professores, quase sempre com pouca vivência na prática profissional.
Como os alunos devem ser preparados na faculdade para o exercício profissional?
JF – Tanto o conteúdo como a didática das disciplinas deveriam mudar de menos ênfase em aulas discursivas e que exigem memorização para um maior conteúdo de experimentação, vivências, exercícios e exemplos. Os alunos deveriam ter variadas oportunidades de trabalho prático com supervisão da faculdade, se possível em um esquema próximo ao de tutores e, ao final, desenvolverem um trabalho dentro de empresas que deveria requerer muita observação, análise, coleta de dados etc., sempre supervisionado de perto por professores e profissionais. Não podemos mais considerar que a universidade signifique uma grande perda de tempo para os alunos, servindo apenas como uma certificação com muito pouco conteúdo.
Quais são as habilidades que deve ter um engenheiro de produção?
JF – Em primeiro lugar, habilidades técnicas: domínio dos conhecimentos necessários à sua área de atuação e dos aspectos econômicos e administrativos da empresa. Em segundo lugar, qualidades pessoais: capacidade de liderar pessoas, de ter iniciativa, de trabalhar em grupo, respeitando as diferenças. Essa formação exige um corpo de professores que tenha uma ampla experiência de trabalho na empresa.
Como as empresas eficientes têm tratado os processos produtivos?
JF – Cada vez mais dando importância e percebendo sua relevância para o processo de agregação de valor aos clientes, em última instância os responsáveis pela sobrevivência da empresa, e cada vez mais usando o pensamento científico. A necessidade de maior eficiência e produtividade está cada vez mais evidente para as empresas.
[entrevista retirada do blog Engenharia de Produção em Foco]
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