Metáfora
A metáfora consiste em utilizar uma palavra ou uma expressão em lugar de outra, sem que haja uma relação real, mas em virtude da circunstância de que o nosso espírito as associa e depreende entre elas certas semelhanças. É importante notar que a metáfora tem um caráter subjetivo e momentâneo;
Obs.: toda metáfora é uma espécie de comparação implícita, em que o elemento comparativo não aparece.
Observe a gradação no processo metafórico abaixo:
O exemplo acima mostra uma comparação evidente, através do emprego da palavra como.
Observe agora:
Nesse exemplo não há mais uma comparação (note a ausência da partícula comparativa), e sim um símile, ou seja, qualidade do que é semelhante.
Por fim, no exemplo:
Há substituição da palavra olhos por luzes brilhantes. Essa é a verdadeira metáfora.
Esta figura de linguagem corresponde na substituição de um termo por outro através de uma relação de analogia. É importante referir que para que a analogia possa ocorrer, devem existir elementos semânticos semelhantes entre os dois termos em questão.
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A namorada
Manoel de Barros
Havia um muro alto entre nossas casas.
Difícil de mandar recado para ela.
Não havia e-mail.
O pai era uma onça. (Metáfora)
A gente amarrava o bilhete numa pedra presa por
um cordão
E pinchava a pedra no quintal da casa dela.
Se a namorada respondesse pela mesma pedra
Era uma glória!
Mas por vezes o bilhete enganchava nos galhos da goiabeira
E então era agonia.
No tempo do onça era assim.
Texto extraído do livro "Tratado geral das grandezas do ínfimo", Editora Record - Rio de Janeiro, 2001, pág. 17.
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