domingo, 28 de fevereiro de 2016

Leitura Bíblica - Livro de Jó 3 e 4

Depois disto abriu Jó a sua boca, e amaldiçoou o seu dia.

E Jó, falando, disse:
Pereça o dia em que nasci, e a noite em que se disse: Foi concebido um homem!
Converta-se aquele dia em trevas; e Deus, lá de cima, não tenha cuidado dele, nem resplandeça sobre ele a luz.
Contaminem-no as trevas e a sombra da morte; habitem sobre ele nuvens; a escuridão do dia o espante!
Quanto àquela noite, dela se apodere a escuridão; e não se regozije ela entre os dias do ano; e não entre no número dos meses!
Ah! que solitária seja aquela noite, e nela não entre voz de júbilo!
Amaldiçoem-na aqueles que amaldiçoam o dia, que estão prontos para suscitar o seu pranto.
Escureçam-se as estrelas do seu crepúsculo; que espere a luz, e não venha; e não veja as pálpebras da alva;
Porque não fechou as portas do ventre; nem escondeu dos meus olhos a canseira.
Por que não morri eu desde a madre? E em saindo do ventre, não expirei?
Por que me receberam os joelhos? E por que os peitos, para que mamasse?
Porque já agora jazeria e repousaria; dormiria, e então haveria repouso para mim.
Com os reis e conselheiros da terra, que para si edificam casas nos lugares assolados,
Ou com os príncipes que possuem ouro, que enchem as suas casas de prata,
Ou como aborto oculto, não existiria; como as crianças que não viram a luz.
Ali os maus cessam de perturbar; e ali repousam os cansados.
Ali os presos juntamente repousam, e não ouvem a voz do exator.
Ali está o pequeno e o grande, e o servo livre de seu senhor.
Por que se dá luz ao miserável, e vida aos amargurados de ânimo?
Que esperam a morte, e ela não vem; e cavam em procura dela mais do que de tesouros ocultos;
Que de alegria saltam, e exultam, achando a sepultura?
Por que se dá luz ao homem, cujo caminho é oculto, e a quem Deus o encobriu?
Porque antes do meu pão vem o meu suspiro; e os meus gemidos se derramam como água.
Porque aquilo que temia me sobreveio; e o que receava me aconteceu.
Nunca estive tranqüilo, nem sosseguei, nem repousei, mas veio sobre mim a perturbação.



Então respondeu Elifaz o temanita, e disse:

Se intentarmos falar-te, enfadar-te-ás? Mas quem poderia conter as palavras?
Eis que ensinaste a muitos, e tens fortalecido as mãos fracas.
As tuas palavras firmaram os que tropeçavam e os joelhos desfalecentes tens fortalecido.
Mas agora, que se trata de ti, te enfadas; e tocando-te a ti, te perturbas.
Porventura não é o teu temor de Deus a tua confiança, e a tua esperança a integridade dos teus caminhos?
Lembra-te agora qual é o inocente que jamais pereceu? E onde foram os sinceros destruídos?
Segundo eu tenho visto, os que lavram iniqüidade, e semeiam mal, segam o mesmo.
Com o hálito de Deus perecem; e com o sopro da sua ira se consomem.
O rugido do leão, e a voz do leão feroz, e os dentes dos leõezinhos se quebram.
Perece o leão velho, porque não tem presa; e os filhos da leoa andam dispersos.
Uma coisa me foi trazida em segredo; e os meus ouvidos perceberam um sussurro dela.
Entre pensamentos vindos de visões da noite, quando cai sobre os homens o sono profundo,
Sobrevieram-me o espanto e o tremor, e todos os meus ossos estremeceram.
Então um espírito passou por diante de mim; fez-me arrepiar os cabelos da minha carne.
Parou ele, porém não conheci a sua feição; um vulto estava diante dos meus olhos; houve silêncio, e ouvi uma voz que dizia:
Seria porventura o homem mais justo do que Deus? Seria porventura o homem mais puro do que o seu Criador?
Eis que ele não confia nos seus servos e aos seus anjos atribui loucura;
Quanto menos àqueles que habitam em casas de lodo, cujo fundamento está no pó, e são esmagados como a traça! 
Desde a manhã até à tarde são despedaçados; e eternamente perecem sem que disso se faça caso.
Porventura não passa com eles a sua excelência? Morrem, mas sem sabedoria.

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