quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Oportunidades Disfarçadas - (Parte 2.1 : Oportunidades na crise)

Pouco tempo após o 11 de Setembro, a indústria de turismo e aviação mundial mergulhou na maior crise de sua história. Amedrontados com a ameaça terrorista, os passageiros desapareceram. 

Com aeronaves vazias, as companhias tiveram que demitir funcionários e encolher – mesmo caminho seguido pelos fabricantes de aeronaves, que viram as encomendas despencarem. Muitas das dificuldades vividas pelas empresas aéreas atualmente surgiram ou foram agravadas por aquele momento terrível.

 Entretanto, a brasileira Gol corajosamente seguiu por uma rota contrária. Enquanto a concorrência cortava gastos, ela investiu: procurou os fabricantes de aviões e negociou bons contratos. Aproveitou o momento de baixa para adquirir aparelhos por condições extremamente vantajosas. 

Além do excelente negócio financeiro imediato, quando a crise amenizou e os rivais começaram a aquecer os motores, a Gol já estava lá na frente. Não por acaso, a empresa apresentou crescimento espantoso nos anos que se seguiram.


Oportunidades Disfarçadas - (Parte 2: Oportunidades na crise)

O FINAL DOS ANOS 1980, a União Soviética entrou no processo de abertura econômica. O então presidente Mikhail Gorbachev julgou que estava na hora de os membros do Partido Comunista conhecerem as regras do capitalismo. Em vez de organizar uma palestra com um guru econômico ou indicar a leitura de um livro acadêmico, Gorbachev resolveu distribuir aos políticos dezenas de tabuleiros... de Banco Imobiliário (ou Monopoly, nome original americano).

Segundo o presidente soviético, era a forma mais fácil de se entender a lógica do novo modelo. Curioso que esse símbolo do capitalismo tenha surgido exatamente no momento da maior crise econômica da história: na Grande Depressão que se seguiu ao crash da Bolsa de Valores de Nova York. Início dos anos 1930. 

O mundo vivia uma destruição de riqueza sem precedentes: entre 1929 e 1933, o Produto Interno Bruto dos Estados Unidos encolhera 45%. Milhares de empresas fecharam as portas. Bancos, indústrias e negócios rurais reduziram drasticamente suas operações. Um em cada quatro trabalhadores perdeu o emprego. Mais de 12 milhões de americanos foram colocados na rua. Em meio a essa turbulência, nos arredores da Pensilvânia, o engenheiro Charles Darrow era uma das vítimas do desemprego.

Confinado em casa sem nada para fazer, ele tentava distrair os filhos contando histórias e improvisando brincadeiras. Certo dia, Charles recordou um passatempo interessante que havia conhecido no trabalho: um jogo divertido mas com regras complexas que simulava negociar imóveis por valores fictícios. Pensando em entreter as crianças enquanto a esposa preparava a refeição, ele começou a desenhar na toalha de mesa uma cidadezinha, com casas e prédios inspirados nas construções da vizinhança.

Definiu algumas regras e pronto. A diversão conquistou inicialmente os filhos, depois os vizinhos e também os amigos. A única pessoa que não aprovou a novidade foi a esposa de Charles, que implicou com a toalha danificada. Mas o engenheiro logo a convenceu de que ali poderia estar o futuro de toda a família. Na situação crítica em que todos estavam vivendo, sonhar com propriedades, riqueza e fartura funcionava como alívio.

 Bastava ver o interesse de adultos e crianças para perceber o potencial da idéia. Pensando em faturar com aquilo, Charles procurou o principal fabricante de jogos da região: a Parker Brothers. Foi atendido pelos diretores e explicou detalhadamente como a novidade funcionava. Para sua surpresa, os executivos não se animaram: “O jogo é chato, lento...”, “As regras são complicadas e confusas”, “Isso não tem a menor chance de fazer sucesso”. 

Mas Charles não se deixou abater. Partiu para produzir a invenção por conta própria. Reuniu familiares e amigos desempregados como ele e fabricou cinco mil unidades, que negociou com uma loja de departamentos local. Os primeiros a comprar foram os próprios vizinhos, que já conheciam a novidade. Logo o estoque acabou. Uma nova leva foi produzida a toque de caixa, e também vendida rapidamente. 

O jogo virou sensação na região, gerando uma propaganda boca a boca tão grande que chamou a atenção da... Parker Brothers. Isso mesmo: a mesma empresa que anteriormente não havia demonstrado interesse. Ah, como é gostoso ver as voltas que o mundo dá. Chamado às pressas pela diretoria, Charles recebeu um tratamento bem diferente desta vez: “Que jogo imaginativo, hein?”, “E crianças e adultos podem jogar juntos”, “Aceita produzir com a gente, Charles?”.

 Fabricado em escala industrial, o Monopoly logo conquistou não apenas os Estados Unidos, mas o mundo inteiro. De um simples desempregado, Charles Darrow se transformou no primeiro criador de jogos milionário da história. Atualmente, sua criação é produzida em 26 línguas diferentes e está presente em 80 países. Estima-se que mais de 500 milhões de pessoas já tenham jogado Monopoly em algum momento da vida. 

Não importa quão profunda seja uma crise. Sempre haverá espaço para mentes imaginativas driblarem as dificuldades e encontrarem uma forma de faturar.

Oportunidades Disfarçadas - (Parte 1: Carta de ABRAHAM LINCOLN)



Meu prezado senhor,
Direi apenas algumas poucas palavras.

A vida fez de mim um homem bem familiarizado com as decepções. Aos 23 anos, tentei um cargo na política e perdi. Aos 24, abri uma loja que não deu certo. Aos 32, tentei um negócio de advocacia com amigos, mas logo rompemos a sociedade. Ainda naquele ano, tive um grave colapso nervoso e passei um bom tempo no hospital. Com 45 anos, disputei uma cadeira no Senado e não ganhei. Aos 47, concorri à nomeação pelo Partido Republicano para a Eleição Geral e fui derrotado. Aos 49, tentei o Senado e fracassei novamente. Mas, aos 51 anos, finalmente, fui eleito presidente dos Estados Unidos da América. 

Por isso, não venha me falar de dificuldades, tropeços ou fracassos. Não me interessa saber se você falhou. O que me interessa é se você soube aceitar o tropeço. Todos os infortúnios que vivi me tornaram um homem mais forte, me ensinaram lições importantes. Aprendi a tolerar os medíocres; afinal, Deus deve amá-los, porque fez vários deles. Aprendi que os princípios mais importantes podem e devem ser inflexíveis. Aprendi que, quando se descobre que uma opinião está errada, é preciso descartá-la. Aprendi que a melhor parte da vida de uma pessoa está nas suas amizades. Aprendi que nunca se deve mudar de cavalo no meio do rio. 

Se você está vivendo um momento temporário de fracasso, posso afirmar, com a certeza da minha maturidade, ou dolorida experiência, que você jamais falhará se estiver determinado a não fazê-lo. Por mais que você encontre dificuldades pelo caminho, não desista. Pois saiba que o campo da derrota não está povoado de fracassos, mas de homens que tombaram antes de vencer. 

Sinceramente,

ABRAHAM LINCOLN 16
o presidente norte-americano

Ele não for o primeiro em seu coração



No trono do viver, só existe lugar pra um,
Lugar de quem governa todo o ser,
No trono do viver só pode haver um Senhor,
Se forem dois, um será amado e outro rejeitado,

Vem decide agora, quem vai ocupar o seu coração,
Mas lembre se Ele não for o primeiro em seu coração,
Então já não é mais nada, não passa de uma ilusão,
Mas se Ele for o primeiro, o seu companheiro,
Motivo do seu existir, você vai viver, você vai sorrir, você vai vencer.

Um novo dia vai nascer pra você e pra mim,
Depende de aceitar Jesus no viver
É hora de beber da fonte da vida
Você verá que em Jesus existe plena alegria
Vem, decide-se agora, quem vai ocupar o seu coração,
Mas lembre se Ele não for o primeiro em seu coração,
Então já não é mais nada, não passa de uma ilusão,
Mas se Ele for o primeiro, o seu companheiro,
Motivo do seu existir, você vai viver, você vai sorrir, você vai vencer.

Não há batalha perdida, com Cristo,
Ele mesmo triunfou, lá na cruz
Com o sangue já provou que nos ama
Se o coração não for dele, não será de mais ninguém.

Se Ele não for o primeiro em seu coração,
Então já não é mais nada, não passa de uma ilusão,
Mas se Ele for o primeiro, o seu companheiro,
Motivo do seu existir, você vai viver, você vai sorrir, você vai vencer.
Você vai viver, você vai sorrir, você vai vencer

O QUE VEM DEPOIS DA MORTE? - AUGUSTUS NICODEMUS




Ora, havia um homem rico, e vestia-se de púrpura e de linho finíssimo, e vivia todos os dias regalada e esplendidamente.
Havia também um certo mendigo, chamado Lázaro, que jazia cheio de chagas à porta daquele;
E desejava alimentar-se com as migalhas que caíam da mesa do rico; e os próprios cães vinham lamber-lhe as chagas.
E aconteceu que o mendigo morreu, e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão; e morreu também o rico, e foi sepultado.
E no inferno, ergueu os olhos, estando em tormentos, e viu ao longe Abraão, e Lázaro no seu seio.
E, clamando, disse: Pai Abraão, tem misericórdia de mim, e manda a Lázaro, que molhe na água a ponta do seu dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama.
Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que recebeste os teus bens em tua vida, e Lázaro somente males; e agora este é consolado e tu atormentado.
E, além disso, está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem tampouco os de lá passar para cá.
E disse ele: Rogo-te, pois, ó pai, que o mandes à casa de meu pai,
Pois tenho cinco irmãos; para que lhes dê testemunho, a fim de que não venham também para este lugar de tormento.
Disse-lhe Abraão: Têm Moisés e os profetas; ouçam-nos.
E disse ele: Não, pai Abraão; mas, se algum dentre os mortos fosse ter com eles, arrepender-se-iam.
Porém, Abraão lhe disse: Se não ouvem a Moisés e aos profetas, tampouco acreditarão, ainda que algum dos mortos ressuscite.





terça-feira, 22 de setembro de 2015

Fábula : O soldadinho de chumbo - Hans Christian Andersen



Numa loja de brinquedos havia uma caixa de papelão com vinte e cinco soldadinhos de chumbo, todos iguaizinhos, pois haviam sido feitos com o mesmo molde. Apenas um deles era perneta: como fora o último a ser fundido, faltou chumbo para completar a outra perna. Mas o soldadinho perneta logo aprendeu a ficar em pé sobre a única perna e não fazia feio ao lado dos irmãos.
Esses soldadinhos de chumbo eram muito bonitos e elegantes, cada qual com seu fuzil ao ombro, a túnica escarlate, calça azul e uma bela pluma no chapéu. Além disso, tinham feições de soldados corajosos e cumpridores do dever.
Os valorosos soldadinhos de chumbo aguardavam o momento em que passariam a pertencer a algum menino.
Chegou o dia em que a caixa foi dada de presente de aniversário a um garoto. Foi o presente de que ele mais gostou: 
— Que lindos soldadinhos! — exclamou maravilhado. 
E os colocou enfileirados sobre a mesa, ao lado dos outros brinquedos. O soldadinho de uma perna só era o último da fileira. 
Ao lado do pelotão de chumbo se erguia um lindo castelo de papelão, um bosque de árvores verdinhas e, em frente, havia um pequeno lago feito de um pedaço de espelho. 
A maior beleza, porém, era uma jovem que estava em pé na porta do castelo. Ela também era de papel, mas vestia uma saia de tule bem franzida e uma blusa bem justa. Seu lindo rostinho era emoldurado por longos cabelos negros, presos por uma tiara enfeitada com uma pequenina pedra azul. 
A atraente jovem era uma bailarina, por isso mantinha os braços erguidos em arco sobre a cabeça. Com uma das pernas dobrada para trás, tão dobrada, mas tão dobrada, que acabava escondida pela saia de tule. 
O soldadinho a olhou longamente e logo se apaixonou, e pensando que, tal como ele, aquela jovem tão linda tivesse uma perna só. 
“Mas é claro que ela não vai me querer para marido”, pensou entristecido o soldadinho, suspirando. 
“Tão elegante, tão bonita… Deve ser uma princesa. E eu? Nem cabo sou, vivo numa caixa de papelão, junto com meus vinte e quatro irmãos”. 
À noite, antes de deitar, o menino guardou os soldadinhos na caixa, mas não percebeu que aquele de uma perna só caíra atrás de uma grande cigarreira. 
Quando os ponteiros do relógio marcaram meia-noite, todos os brinquedos se animaram e começaram a aprontar mil e uma. Uma enorme bagunça! 
As bonecas organizaram um baile, enquanto o giz da lousa desenhava bonequinhos nas paredes. Os soldadinhos de chumbo, fechados na caixa, golpeavam a tampa para sair e participar da festa, mas continuavam prisioneiros. 
Mas o soldadinho de uma perna só e a bailarina não saíram do lugar em que haviam sido colocados. 


Ele não conseguia parar de olhar aquela maravilhosa criatura. Queria ao menos tentar conhecê-la, para ficarem amigos. 

De repente, se ergueu da cigarreira um homenzinho muito mal-encarado. Era um gênio ruim, que só vivia pensando em maldades. 
Assim que ele apareceu, todos os brinquedos pararam amedrontados, pois já sabiam de quem se tratava. 
O geniozinho olhou a sua volta e viu o soldadinho, deitado atrás da cigarreira. 
— Ei, você aí, por que não está na caixa, com seus irmãos? — gritou o monstrinho. 
Fingindo não escutar, o soldadinho continuou imóvel, sem desviar os olhos da bailarina. 
— Amanhã vou dar um jeito em você, você vai ver! - gritou o geniozinho enfezado. 
Depois disso, pulou de cabeça na cigarreira, levantando uma nuvem que fez todos espirrarem. 
Na manhã seguinte, o menino tirou os soldadinhos de chumbo da caixa, recolheu aquele de uma perna só, que estava caído atrás da cigarreira, e os arrumou perto da janela. 
O soldadinho de uma perna só, como de costume, era o último da fila. 
De repente, a janela se abriu, batendo fortemente as venezianas. Teria sido o vento, ou o geniozinho maldoso? 
E o pobre soldadinho caiu de cabeça na rua. 
O menino viu quando o brinquedo caiu pela janela e foi correndo procurá-lo na rua. Mas não o encontrou. Logo se consolou: afinal, tinha ainda os outros soldadinhos, e todos com duas pernas. 
Para piorar a situação, caiu um verdadeiro temporal. 
Quando a tempestade foi cessando, e o céu limpou um pouco, chegaram dois moleques. Eles se divertiam, pisando com os pés descalços nas poças de água. 
Um deles viu o soldadinho de chumbo e exclamou: 
— Olhe! Um soldadinho! Será que alguém jogou fora porque ele está quebrado? 
— É, está um pouco amassado. Deve ter vindo com a enxurrada. 
— Não, ele está só um pouco sujo. 
— O que nós vamos fazer com um soldadinho só? Precisaríamos pelo menos meia dúzia, para organizar uma batalha. 
— Sabe de uma coisa? — Disse o primeiro garoto. —Vamos colocá-lo num barco e mandá-lo dar a volta ao mundo. 
E assim foi. Construíram um barquinho com uma folha de jornal, colocaram o soldadinho dentro dele e soltaram o barco para navegar na água que corria pela sarjeta. 
Apoiado em sua única perna, com o fuzil ao ombro, o soldadinho de chumbo procurava manter o equilíbrio. 
O barquinho dava saltos e esbarrões na água lamacenta, acompanhado pelos olhares dos dois moleques que, entusiasmados com a nova brincadeira, corriam pela calçada ao lado. 
Lá pelas tantas, o barquinho foi jogado para dentro de um bueiro e continuou seu caminho, agora subterrâneo, em uma imensa escuridão. Com o coração batendo fortemente, o soldadinho voltava todos seus pensamentos para a bailarina, que talvez nunca mais pudesse ver. 
De repente, viu chegar em sua direção um enorme rato de esgoto, olhos fosforescente e um horrível rabo fino e comprido, que foi logo perguntando: 
— Você tem autorização para navegar? Então? Ande, mostre-a logo, sem discutir. 
O soldadinho não respondeu, e o barquinho continuou seu incerto caminho, arrastado pela correnteza. Os gritos do rato do esgoto exigindo a autorização foram ficando cada vez mais distantes. 
Enfim, o soldadinho viu ao longe uma luz, e respirou aliviado; aquela viagem no escuro não o agradava nem um pouco. Mal sabia ele que, infelizmente, seus problemas não haviam acabado. 
A água do esgoto chegara a um rio, com um grande salto; rapidamente, as águas agitadas viraram o frágil barquinho de papel. 
O barquinho virou, e o soldadinho de chumbo afundou. 
Mal tinha chegado ao fundo, apareceu um enorme peixe que, abrindo a boca, engoliu-o. 
O soldadinho se viu novamente numa imensa escuridão, espremido no estômago do peixe. E não deixava de pensar em sua amada: “O que estará fazendo agora sua linda bailarina? Será que ainda se lembra de mim?”.
E, se não fosse tão destemido, teria chorado lágrimas de chumbo, pois seu coração sofria de paixão. 
Passou-se muito tempo — quem poderia dizer quanto? 
E, de repente, a escuridão desapareceu e ele ouviu quando falavam: 
— Olhe! O soldadinho de chumbo que caiu da janela! 
Sabem o que aconteceu? O peixe havia sido fisgado por um pescador, levado ao mercado e vendido a uma cozinheira. E, por cúmulo da coincidência, não era qualquer cozinheira, mas sim a que trabalhava na casa do menino que ganhara o soldadinho no aniversário. 
Ao limpar o peixe, a cozinheira encontrara dentro dele o soldadinho, do qual se lembrava muito bem, por causa daquela única perna. 
Levou-o para o garotinho, que fez a maior festa ao revê-lo. Lavou-o com água e sabão, para tirar o fedor de peixe, e endireitou a ponta do fuzil, que amassara um pouco durante aquela aventura. 
Limpinho e lustroso, o soldadinho foi colocado sobre a mesma mesa em que estava antes de voar pela janela. Nada estava mudado. O castelo de papel, o pequeno bosque de árvores muito verdes, o lago reluzente feito de espelho. E, na porta do castelo, lá estava ela, a bailarina: sobre uma perna só, com os braços erguidos acima da cabeça, mais bela do que nunca. 
O soldadinho olhou para a bailarina, ainda mais apaixonado, ela olhou para ele, mas não trocaram palavra alguma. Ele desejava conversar, mas não ousava. Sentia-se feliz apenas por estar novamente perto dela e poder amá-la. 
Se pudesse, ele contaria toda sua aventura; com certeza a linda bailarina iria apreciar sua coragem. Quem sabe, até se casaria com ele…
Enquanto o soldadinho pensava em tudo isso, o garotinho brincava tranqüilo com o pião. 
De repente como foi, como não foi — é caso de se pensar se o geniozinho ruim da cigarreira não metera seu nariz —, o garotinho agarrou o soldadinho de chumbo e atirou-o na lareira, onde o fogo ardia intensamente. 
O pobre soldadinho viu a luz intensa e sentiu um forte calor. A única perna estava amolecendo e a ponta do fuzil envergava para o lado. As belas cores do uniforme, o vermelho escarlate da túnica e o azul da calça perdiam suas tonalidades. 
O soldadinho lançou um último olhar para a bailarina, que retribuiu com silêncio e tristeza. Ele sentiu então que seu coração de chumbo começava a derreter — não só pelo calor, mas principalmente pelo amor que ardia nele. 
Naquele momento, a porta escancarou-se com violência, e uma rajada de vento fez voar a bailarina de papel diretamente para a lareira, bem junto ao soldadinho. Bastou uma labareda e ela desapareceu. O soldadinho também se dissolveu completamente. 
No dia seguinte. a arrumadeira, ao limpar a lareira, encontrou no meio das cinzas um pequenino coração de chumbo: era tudo que restara do soldadinho, fiel até o último instante ao seu grande amor. 
Da pequena bailarina de papel só restou a minúscula pedra azul da tiara, que antes brilhava em seus longos cabelos negros.

Oh! quem me dera asas como de pomba!


Inclina, ó Deus, os teus ouvidos à minha oração, e não te escondas da minha súplica.
Atende-me, e ouve-me; lamento na minha queixa, e faço ruído,
Pelo clamor do inimigo e por causa da opressão do ímpio; pois lançam sobre mim a iniqüidade, e com furor me odeiam.
O meu coração está dolorido dentro de mim, e terrores da morte caíram sobre mim.
Temor e tremor vieram sobre mim; e o horror me cobriu.
Assim eu disse: Oh! quem me dera asas como de pomba! Então voaria, e estaria em descanso.
Eis que fugiria para longe, e pernoitaria no deserto. 
Apressar-me-ia a escapar da fúria do vento e da tempestade.
Despedaça, Senhor, e divide as suas línguas, pois tenho visto violência e contenda na cidade.
De dia e de noite a cercam sobre os seus muros; iniqüidade e malícia estão no meio dela.
Maldade há dentro dela; astúcia e engano não se apartam das suas ruas.
Pois não era um inimigo que me afrontava; então eu o teria suportado; nem era o que me odiava que se engrandecia contra mim, porque dele me teria escondido.
Mas eras tu, homem meu igual, meu guia e meu íntimo amigo.
Consultávamos juntos suavemente, e andávamos em companhia na casa de Deus.
A morte os assalte, e vivos desçam ao inferno; porque há maldade nas suas habitações e no meio deles.
Eu, porém, invocarei a Deus, e o Senhor me salvará.
De tarde e de manhã e ao meio-dia orarei; e clamarei, e ele ouvirá a minha voz.
Livrou em paz a minha alma da peleja que havia contra mim; pois havia muitos comigo.
Deus ouvirá, e os afligirá. Aquele que preside desde a antiguidade (Selá), porque não há neles nenhuma mudança, e portanto não temem a Deus.
Tal homem pôs as suas mãos naqueles que têm paz com ele; quebrou a sua aliança.
As palavras da sua boca eram mais macias do que a manteiga, mas havia guerra no seu coração: as suas palavras eram mais brandas do que o azeite; contudo, eram espadas desembainhadas.
Lança o teu cuidado sobre o Senhor, e ele te susterá; não permitirá jamais que o justo seja abalado.
Mas tu, ó Deus, os farás descer ao poço da perdição; homens de sangue e de fraude não viverão metade dos seus dias; mas eu em ti confiarei


segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Livro para Engenharia de Produção - Foco - Daniel Goleman [Parte 1 - Liderança e o foco ]

Atenção seletiva e consciência aberta

Há um ditado na Índia que diz: “Quando um batedor de carteiras encontra um santo, tudo o que ele vê são os bolsos.

Como diz Yoda: “O seu foco é a sua realidade.”

A atenção funciona como um músculo: pouco utilizada, ela definha; bem utilizada, ela melhora e se expande. Existem 3 tipos de focos, o interno, o foco no outro e o foco externo.  


Uma vida bem vivida exige que dominemos os três. Para que obtenham resultados, líderes precisam dos três tipos de foco. O foco interno nos põe em sintonia com nossas intuições, nossos valores principais e nossas melhores decisões. O foco no outro facilita nossas ligações com as pessoas das nossas vidas. E o foco externo nos ajuda a navegar pelo mundo que nos rodeia. Um líder fora de sintonia com seu mundo interno será um desorientado; um líder cego para o mundo dos outros será um desinformado; os líderes indiferentes aos sistemas maiores dentro dos quais operam serão pegos de surpresa.



 Em 2006, a palavra “pizzled” entrou no léxico inglês. Combinação de “puzzled” (perplexo) e “pissed off” (irritado), capturava a sensação que se tinha quando se estava com alguém e essa pessoa pegava o Blackberry para começar a conversar com outra. Na época, as pessoas se sentiam magoadas e indignadas diante disso. Hoje, é a norma

Um estudante universitário observa a solidão e o isolamento que acompanham uma vida reclusa ao mundo virtual de tweets, atualizações de status e “postagens de fotos do meu jantar”. Ele lembra que seus colegas estão perdendo a habilidade de manter uma conversa, sem falar nas discussões profundas capazes de enriquecer os anos de universidade. E acrescenta: “Nenhum aniversário, show, encontro ou festa pode ser desfrutado sem que você se distancie do que está fazendo” para que aqueles no seu mundo virtual saibam instantaneamente como você está se divertindo.

O nosso foco está continuamente lutando contra distrações, tanto internas quanto externas. A questão é: o que as nossas distrações estão nos custando? Um executivo de uma empresa financeira me disse: “Quando percebo que a minha mente esteve em outro lugar durante uma reunião, me pergunto quais oportunidades eu perdi ali mesmo.”

A enxurrada de dados que nos atinge leva a atalhos desleixados, como selecionar e-mails pelo assunto, pular muitas das mensagens de voz, ler por alto mensagens e memorandos. Não é apenas que tenhamos desenvolvido hábitos de atenção que nos tornam menos eficientes, mas que o peso das mensagens nos deixa muito pouco tempo para simplesmente refletir a respeito do que elas realmente significam.

Ao escrever sobre o mundo que estava se tornando rico em informações, ele alertou para o fato de que o que a informação consome é “a atenção de quem a recebe. Eis por que a riqueza de informações cria a pobreza de atenção”. 


sábado, 19 de setembro de 2015

Leandro Karnal - O mal primordial: vaidade nossa de cada dia



Arautos do Rei - Se a mão de Deus tocar em mim



Ó Pai do céu, Santo e Glorioso Deus
Sem Ti não posso andar
Sei que vou tropeçar
Toma a minha mão, guarda o meu coração
Da noite escura, do pecado e da loucura de viver sem ti

Põe-me em Teus braços, guarda meus passos
Pra que eu não queira, nem nunca venha me afastar de Ti

Se a Mão de Deus tocar em mim, terei a força pra vencer
Pra ser vitorioso enfim, a Ti preciso me apegar
Eu já não quero mais ficar sem Tua proteção Senhor!
Eu quero desejar a cada dia estar mais perto de Jesus.

Ó Deus de amor, bondoso Redentor
Dias difíceis vem os quais enfrentarei.
Manda Teus anjos pra me guardarem
Dos meus temores, desse mundo e seus horrores onde reina o mal.
Põe um escudo, constrói um muro a minha volta
Pois o que importa é viver para Ti, para Ti.
Sim nessa hora o que importa é viver para ti.
É viver, só viver para Ti.

Círculo Vicioso - Machado de Assis



Bailando no ar, gemia inquieto vagalume:
“Quem me dera que eu fosse aquela loira estrela
Que arde no eterno azul, como uma eterna vela!”
Mas a estrela, fitando a lua, com ciúme:

“Pudesse eu copiar-te o transparente lume,
Que, da grega coluna à gótica janela,
Contemplou, suspirosa, a fronte amada e bela”
Mas a lua, fitando o sol com azedume:

“Mísera! Tivesse eu aquela enorme, aquela
Claridade imortal, que toda a luz resume”!
Mas o sol, inclinando a rútila capela:

Pesa-me esta brilhante auréola de nume…
Enfara-me esta luz e desmedida umbela…
Por que não nasci eu um simples vagalume?”…

Livro - O andar do Bêbado - Parte 3 ( Erro de viés de disponibilidade)

ERRO de Viés de disponibilidade


O viés de disponibilidade é que ele distorce gradualmente nossa imagem do mundo, por distorcer nossa percepção dos acontecimentos passados e do ambiente.

Os psicólogos chamam esse tipo de erro de viés de disponibilidade, porque ao reconstruirmos o passado damos uma importância injustificada às memórias mais vívidas, portanto mais disponíveis, mais fáceis de recordar.

EXEMPLO:

Qual é a probabilidade de que, dentre as cinco filas do mercado, escolhamos a mais lenta? A menos que tenhamos sido amaldiçoados, a resposta é de aproximadamente 1 /5. 

Assim, por que motivo, quando pensamos no assunto, temos a sensação de possuirmos um talento sobrenatural para escolher a fila mais lenta?


Porque temos coisas mais importantes com as quais nos preocupar quando as coisas correm bem, mas quando a senhora à nossa frente, que tem um único produto no carrinho, decide reclamar de que a galinha lhe foi cobrada a US$1,50 o quilo e ela tem certeza de que a placa na geladeira de carnes dizia US$1,49, prestamos muita atenção ao fato.

Livro - O andar do Bêbado - Parte 2 (As leis das verdades e das meias verdades)

A probabilidade de que dois eventos ocorram nunca pode ser maior que a probabilidade de que cada evento ocorra individualmente. Por que não? Aritmética simples: chance de que o evento A ocorra = chance de que eventos A e B ocorram + chance de que o evento A ocorra e o evento B não ocorra. 

Apresentaram  um  grave problem a médico a um  grupo de residentes:  uma embolia pulmonar (um  coágulo de sangue no pulmão). 

Uma pessoa com  essa doença pode apresentar um  ou  mais dentre diversos sintomas.

Alguns deles, como paralisia parcial , são incomuns;  outros, com o falta de ar, são prováveis. 

O que é mais provável :  que a vítima de um a em bolia pulmonar apresente paralisia parcial , ou  que apresente tanto  paralisia parcial com o falta de ar ?

Kahneman  e Tversk y  descobriram  que 91% dos médicos acreditavam  que o coágulo tinha menos probabilidade de causar apenas um  sintoma raro do que de causar uma combinação entre um sintoma raro e um  sintoma comum.

 EXPLICAÇÃO


Se os detalhes que recebemos se adequarem à imagem mental que temos de alguma coisa, então, quanto maior o número de detalhes numa situação, mais real ela parecerá, e, portanto, consideraremos que será mais provável – muito embora o ato de acrescentarmos qualquer detalhe do qual não tenhamos certeza a uma conjectura a torne menos provável. 

Essa inconsistência entre a lógica da probabilidade e as avaliações das pessoas com relação a acontecimentos incertos despertou o interesse dos pesquisadores, pois poderia levar a avaliações injustas ou equivocadas de situações na vida real. 

O que é mais provável: que um réu, depois de encontrar um corpo, deixe a cena do crime, ou que um réu, depois de encontrar um corpo, deixe a cena do crime porque teme ser acusado pelo macabro assassinato? 

É mais provável que o presidente aumente os gastos federais com educação ou que aumente os gastos federais com educação utilizando fundos obtidos pelo corte de outros gastos dirigidos aos estados?

É mais provável que uma empresa aumente suas vendas no ano que vem ou que aumente as vendas no ano que vem porque a economia em geral passará por um bom ano? 


Em todos os casos, embora a segunda opção seja menos provável que a primeira, pode parecer mais provável. Ou, nas palavras  “uma boa história muitas vezes é menos provável que uma … [explicação] menos satisfatória”
                                                  
O velho e o Mar

O Ministério da Assistência Aos Outros - David Wilkerson

Por David Wilkerson 
01 de maio de 2006


"Ó Senhor, tu me protegeste a cabeça no dia da batalha" (Salmos 140:7). Eis basicamente o testemunho de Davi: "Deus, Tu fostes escudo para a minha mente. Tu protegeste os meus pensamentos para que as mentiras de Satanás não destruíssem as minhas idas e vindas". (David Wilkerson)



Paulo Nos Ensina Que
Há um Propósito Glorioso em Nossas Tantas Tribulações

É possível em meio às tribulações nos vermos dentro de um vácuo de falta de fé, sem esperanças e desistindo de tudo. Isso acontecendo, acabamos amargos e de corações endurecidos - a menos que enfrentemos a situação com a verdade. 

O fato é que jamais sairemos desses tempos de confusão e de sentimentos de rejeição, a menos que compreendamos porque Deus permite tais problemas em nossas vidas. 

Quando Paulo se assentou para escrever a segunda carta aos coríntios, ele via diante dele uma multidão que enfrentava os mesmos tipos de sofrimento que ele. 

"Se somos atribulados, é para o vosso conforto e salvação; se somos confortados, é também para o vosso conforto" (2 Cor.1:6). Paulo estava dizendo, "Deus está usando as minhas tribulações para me ensinar as maneiras de confortar. 

"É ele que nos conforta em toda a nossa tribulação, para podermos consolar os que estiverem em qualquer angústia, com a consolação com que nós mesmos somos contemplados por Deus" (2 Cor. 1:4).

"As únicas palavras que trazem refrigério real e cura duradoura vêm do que é aprendido em nossas tantas aflições e tribulações".
.................................................

Mensagem completa 


http://www.tscpulpitseries.org/portuguese/ts060501.html

.................................................



sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Pinturas e Arte: Crianças, livros e cachorros

















Sexo, Divórcio e Novo Casamento - Augustus Nicodemus



Augustus Nicodemus Gomes Lopes estudou Desenho Industrial e alguns anos de Engenharia Elétrica na Universidade Federal de Pernambuco. Entretanto, bacharelou-se em Teologia no Seminário Presbiteriano do Norte, concluiu Mestrado em Novo Testamento na Universidade Reformada da África do Sul, na cidade de Potchefstroom, após, fez doutorado em Interpretação Bíblica no Seminário de Westminster na Filadélfia, EUA, e complementação no Seminário de Kampen, na Holanda.

Livro - O andar do Bêbado - Parte 1 ( Movimento Browniano x Doutrina da Providência )

Movimento Browniano




A mente humana foi construída para identificar uma causa definida para cada acontecimento, podendo assim ter bastante dificuldade em aceitar a influência de fatores aleatórios ou não relacionados.

Portanto, o primeiro passo é percebermos que o êxito ou o fracasso podem não surgir de uma grande habilidade ou grande incompetência, e sim, como escreveu o economista Armen Alchian, de “circunstâncias fortuitas”. 

 Os processos aleatórios são fundamentais na natureza, e onipresentes em nossa vida cotidiana; ainda assim, a maioria das pessoas não os compreende nem pensa muito a seu respeito.

Movimento Browniano


O movimento aleatório é também conhecido como “movimento do bêbado”, em que na analogia o bêbado escolhe uma nova direcção a cada passo. Cada direcção possível tem a mesma probabilidade de ser escolhida. O movimento browniano, per si, é também um movimento aleatório.

Ver as chamas amarelas das velas dançando aleatoriamente sobre os cilindros brancos de parafina que as alimentavam. 

Movem-se e se transformavam, crescem e desvanecem sem nenhuma aparente causa ou propósito. 

Certamente, eu acreditava, devia haver um motivo razoável para o comportamento da chama, algum padrão que os cientistas pudessem prever e explicar com suas equações matemáticas. 

“A vida não é assim”, disse meu pai. “Às vezes ocorrem coisas que não podem ser previstas.” 



Leonard Mlodinow - O andar do bêbado, Capítulo:  Olhando pela lente da aleatoriedade


__________________________________________

Explicação sobre a aleatoriedade da vida sob a luz da bíblia com a Teoria da Providência
__________________________________________




Prepara-se o cavalo para o dia da batalha, porém do Senhor vem a vitória. Provérbio 21:31